
K chega a uma aldeia castigada pela neve, entra na taberna e diz ser o topógrafo contratado pelo superintendente do Castelo. Os frequentadores logo dizem que ninguém foi contratado para executar tal tarefa e K começa uma peregrinação pela cidade, tentando se comunicar com os responsáveis. Conhece Frieda, amante do superintendente, de quem fica noivo, consegue emprego de supervisor na escola local, mas continua sem entender os motivos da renúncia de todos com relação à sua permanência na aldeia.
O filme de Michael Haneke, feito para a TV austríaca, busca fidelidade ao romance inacabado do escritor Franz Kafka. Os diálogos são literais, com narração em off descrevendo, na maioria das vezes, as imagens. Cortes bruscos, com a tela enegrecida, marcam as passagens de tempo.
“O enredo repleto de ambiguidades perturba, mas também faz rir, e abriga um tema caro a Kafka: o homem em conflito com a falta de sentido dos entraves burocráticos e engolido por eles. Seu personagem principal, K, é um agrimensor que chega a uma aldeia para supostamente medir as terras de um conde. Lá, não se sabe exatamente, no entanto, quem o contratou e por quê. A instância da autoridade é o castelo, mas seus representantes nem sempre estão ao alcance.” – Eduardo Simões.
Referência: O castelo: um filme baseado na obra de Franz Kafka. Cássio Starling Carlos, Pedro Maciel Guimarães, Eduardo Simões. São Paulo: Folha de S. Paulo, 2013
O castelo (Das schloss, Alemanha/Áustria, 1997), de Michael Haneke. Com Ulrich Muhe (K), Susanne Lothar (Frieda), Frank Giering (Arthur), Felix Eitner (Jeremias), André Eisermann (Barnabas).