
O filme é um esplendor fotográfico e estético. Com três horas de duração, a narrativa acompanha a ascensão e queda de Redmond Barry, jovem irlandês que se apaixona por sua prima. Após descobrir que ela vai se casar com um capitão do exército, Redmond duela com o capitão e é obrigado a fugir. É o ponto de partida para picarescas aventuras relacionadas ao exército que cruzam seu caminho. Quando consegue se livrar do jugo dos oficiais, Barry casa-se com Lady Lyndon, assumindo um título da nobreza.
A história é narrada em terceira pessoa, a lentidão das longas sequências tem um propósito: retratar a frugalidade da vida dos nobres ingleses que se envolvem em guerras inúteis e passam os dias em jogatinas, motivando intrigas e aproveitando a tediosa vida palaciana. A obra-prima do meticuloso diretor Stanley Kubrick deslumbra e encanta os olhos, um dos grande momentos da fotografia no cinema.
“Filmado por John Alcott usando apenas luz natural, quase sempre na ‘hora mágica’ – o momento do dia em que a luz possui uma nebulosidade perfeita -, e fazendo uso inovador da luz de velas para os interiores, as imagens de Barry Lyndon possuem grande beleza, mas sua perfeição é conjugada com a turbulência interior dos personagens aparentemente congelados. Kubrick é muitas vezes acusado de não expressar emoções, mas a sua contenção aqui é ainda mais tocante.”
Barry Lyndon (Inglaterra, 1975), de Stanley Kubrick. Com Ryan O’Neal (Barry Lyndon), Marisa Berenson (Lady Lyndon).
Referência: 1001 filmes para ver antes de morrer. Steven Jay Schneider (editor geral). Rio de Janeiro: Sextante, 2008