
O documentário é saudosa viagem ao início e apogeu das principais videolocadoras de São Paulo. O diretor Alan Oliveira registrou depoimentos dos personagens que construíram pequenos impérios do entretenimento: fundadores da Vídeo Norte, 2001 Vídeo, Real, Hobby, entre outros pioneiros. Críticos, jornalistas e frequentadores depõem sobre a magia de entrar em uma loja e ficar tempo indefinido entre as prateleiras de filmes. Tom comum entre as declarações é a possibilidade que as videolocadores proporcionaram de construir relações entre os cinéfilos, alguns pioneiros foram profundos conhecedores da sétima arte que colocaram paixão no ato de alugar filmes, outros, iniciantes que começaram nos corredores o caminho mágico pelo mundo dos filmes.
É história comum: todo grande ou pequeno império um dia desaba. As videolocadoras foram sugadas, primeiro pelas megastores, como a Blockbuster, depois pela irrefreável ascensão do streaming. Sobrevivem na memória de pessoas que participaram como criadores ou como espectadores das antológicas prateleiras de videocassetes, depois DVDs, onde os filmes esperavam os apaixonados pelo cinema.
Cinemagia: a história das videolocadoras de São Paulo (Brasil, 2017), de Alan Oliveira.