
O filme abre com a descrição em prosa do célebre poema de Goethe, O rei dos elfos. Corta para um homem à cavalo levando o filho doente nos braços. Ele precisa chegar à cidade o mais rápido possível, mas seu cavalo não resiste e cai por terra. Pai e filho encontram abrigo em uma casa, conseguem um cavalo e cavalgam pela estrada até adentrar, à noite, a floresta.
A partir daí, a trama ganha o tom assombrado, baseado no poema de Goethe. O rei dos elfos emerge das sombras, junto com suas fadas, e persegue o garoto. A diretora Marie-Louise Iribe, também atriz, uma das pioneiras do cinema francês, recria com efeitos visuais o visual místico da floresta, onde vivem seres fantasmagóricos comandados pelo assustador rei que sequestra a alma das crianças. Realizado logo no início do cinema sonoro, a película traz a força da narrativa visual, com frases curtas entre a criança e seu pai, reproduzidas do poema. O final triste, já anunciado na balada de Goethe, deixa o espectador entre os sentimentos de beleza e melancolia, ciente que está diante de um filme que une várias referências artísticas.
O rei dos elfos (Les roi des aulnes, França, 1931), de Marie-Louise Iribe. Com Otto Gebuhr, Joe Hamman, Mary Costes, Rosa Bertens.