És um velho
como velho é o sol que se põe
tão velho que nem o tempo pode esquecer.
És solitário
como a rosa que não morreu com o inverno
debaixo da neve cristalina.
És forte como um selvagem
e bêbado como o mais bêbado da noite.
Pode ser fraco
como a luz que se vê ao longe
bem ao longo, na estrada das fraquezas.
És triste
como o eremita
quis ser triste.
És alegre
calma alegria
não se iluda com ele.
És traiçoeiro
fere, sangra
e pensa morrer
Porque és também um assassino
um suicida
o bem da vida
és o amor
que mata sem pensar.